FrancoPicarelli
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Boa tarde nobres cervejeiros!
Essa questão do álcool gerado durante o primming vem ocupando minha cabeça há algum tempo. Não pelo preciosismo de saber exatamente quanto ABV tem minhas levas, mas pelo preciosismo de entender a lógica por traz desses números que utilizamos no processo
É um tópico meio obscuro, mas li em alguns lugares que a carbonatação por primming agrega cerca de 0,2~0,3% numa breja. Mas pelos meus cálculos é mais do que isso. Por favor, se notarem algum erro nas minhas considerações e/ou cálculos, me avisem!
Vou tentar exemplificar pra ficar mais fácil de explicar. Considero uma leva de 20L, OG = 1,050kg/L e FG = 1,010kg/L (ABV = 5,3%). Preparando o primming utilizando 147g de açúcar refinado comum dissolvido em 1L de água (para obter 7g/L no final), temos 1L de uma solução com densidade 1,147kg/L (considerando densidade água = 1,000kg/L e que o açúcar se dissolve completamente). Agora, a abstração: o açúcar refinado é 98% fermentável, então, para contabilizar apenas o álcool gerado na carbonatação, vou imaginar que a fermentação do primming aconteça independentemente do resto da leva. A solução de OG 1,147kg/L "atenua" então para 1,003kg/L e finaliza em 18,4% ABV segundo a fórmula mais precisa para altas densidades do http://www.brewersfriend.com/abv-calculator/ .
Des-abstraindo, temos duas soluções alcoólicas, a primeira é a cerveja, 20L a 5,3% ABV = 1,06L de álcool, e a segunda é o primming, 1L a 18,4% = 0,184L de álcool. Misturando tudo obtemos 21L de breja com ABV = 5,9% ( 1,06+0,184 = 1,244L álcool; 1,244L/21L = 5,9%).
Isso tudo resultando em um acréscimo de 0,6% ABV. A diferença pode parecer pouca, mas é de duas a três vezes maior que o que se encontra por aí, e como disse, esse tópico é mais sobre a lógica e não sobre os resultados.
Comentários:
1) Segundo esses cálculos o acréscimo de ABV depende tanto da proporção utilizada no primming quanto da quantidade de água utilizada na diluição. Se a mesma proporção de 7g/L fosse diluída em 0,5L de água, teríamos uma acréscimo de 1% de ABV. O que faz sentido, porque assim você "água" menos a breja.
2) Não tenho certeza se posso dizer que o primming é 98% fermentável, porque pensando sobre o assunto, não sei como o aumento da pressão devido a carbonatação afeta a fermentação.
3) A medida que fui escrevendo esse tópico me toquei que é impossível uma solução com 20% de álcool e praticamente nada de açúcar tenha densidade 1,003kg/L, uma vez que a densidade do álcool é menor que 1. Isso indica que as fórmulas de ABV utilizadas não são precisas para atenuações próximas de 100%. Essa é uma provável fonte de erro nos meus cálculos, mas resolvi postar isso mesmo assim porque talvez clareie as idéias de alguém com dúvidas semelhantes as minhas...
Qualquer comentário é bem vindo!
Abraços!
Essa questão do álcool gerado durante o primming vem ocupando minha cabeça há algum tempo. Não pelo preciosismo de saber exatamente quanto ABV tem minhas levas, mas pelo preciosismo de entender a lógica por traz desses números que utilizamos no processo
É um tópico meio obscuro, mas li em alguns lugares que a carbonatação por primming agrega cerca de 0,2~0,3% numa breja. Mas pelos meus cálculos é mais do que isso. Por favor, se notarem algum erro nas minhas considerações e/ou cálculos, me avisem!
Vou tentar exemplificar pra ficar mais fácil de explicar. Considero uma leva de 20L, OG = 1,050kg/L e FG = 1,010kg/L (ABV = 5,3%). Preparando o primming utilizando 147g de açúcar refinado comum dissolvido em 1L de água (para obter 7g/L no final), temos 1L de uma solução com densidade 1,147kg/L (considerando densidade água = 1,000kg/L e que o açúcar se dissolve completamente). Agora, a abstração: o açúcar refinado é 98% fermentável, então, para contabilizar apenas o álcool gerado na carbonatação, vou imaginar que a fermentação do primming aconteça independentemente do resto da leva. A solução de OG 1,147kg/L "atenua" então para 1,003kg/L e finaliza em 18,4% ABV segundo a fórmula mais precisa para altas densidades do http://www.brewersfriend.com/abv-calculator/ .
Des-abstraindo, temos duas soluções alcoólicas, a primeira é a cerveja, 20L a 5,3% ABV = 1,06L de álcool, e a segunda é o primming, 1L a 18,4% = 0,184L de álcool. Misturando tudo obtemos 21L de breja com ABV = 5,9% ( 1,06+0,184 = 1,244L álcool; 1,244L/21L = 5,9%).
Isso tudo resultando em um acréscimo de 0,6% ABV. A diferença pode parecer pouca, mas é de duas a três vezes maior que o que se encontra por aí, e como disse, esse tópico é mais sobre a lógica e não sobre os resultados.
Comentários:
1) Segundo esses cálculos o acréscimo de ABV depende tanto da proporção utilizada no primming quanto da quantidade de água utilizada na diluição. Se a mesma proporção de 7g/L fosse diluída em 0,5L de água, teríamos uma acréscimo de 1% de ABV. O que faz sentido, porque assim você "água" menos a breja.
2) Não tenho certeza se posso dizer que o primming é 98% fermentável, porque pensando sobre o assunto, não sei como o aumento da pressão devido a carbonatação afeta a fermentação.
3) A medida que fui escrevendo esse tópico me toquei que é impossível uma solução com 20% de álcool e praticamente nada de açúcar tenha densidade 1,003kg/L, uma vez que a densidade do álcool é menor que 1. Isso indica que as fórmulas de ABV utilizadas não são precisas para atenuações próximas de 100%. Essa é uma provável fonte de erro nos meus cálculos, mas resolvi postar isso mesmo assim porque talvez clareie as idéias de alguém com dúvidas semelhantes as minhas...
Qualquer comentário é bem vindo!
Abraços!